domingo, 12 de outubro de 2014



 Chris Amon : sem sorte, com ma sorte ou azarado


Se houve pilotos com azar, este foi definitivamente um deles. Dele, Bernie Ecclestone disse uma vez: “Nunca apostaria em Amon como vencedor, mesmo que estivesse a liderar na última volta com 30 segundos de avanço”. Mário Andretti foi mais directo: “Se Amon fosse coveiro, as pessoas deixariam de morrer”.

Christopher Arthur Amon nasceu a 20 de Julho de 1943 em Bulls, naNova Zelândia. Seu pai era um rico proprietário agrícola, e aos 18 anos, começou a correr em rampas, establecendo a sua reputação como bom piloto. No final de 1962, as suas performances em corrida chamaram a atenção do ex-plioto inglês Reg Parnell, que o convenceu a correr pela sua equipa em Inglaterra. No ano seguinte, com 19 anos incompletos, tornou-se na altura no mais jovem piloto de sempre a correr num Grande Prémio de Formula 1, num Lola. A temporada foi de aprendizagem, e terminou com zero pontos.

O ano de 1964 começa mal, ao não se qualificar para o GP do Mónaco, mas na corrida seguinte, em Zandvoort, consegue chegar ao quinto lugar, conseguindo os seus primeiros pontos na Formula 1. Contudo, no resto da temporada, uma colecção de desistências fez com que terminasse a temporada no 18º lugar, com 2 pontos.
Em 1965Reg Parnell recebeu de graça motores BRM para a sua equipa, Mas isso tinha uma condição: tinha que aceitar a presença de Richard Attwood como piloto. Sendo assim, Amon foi para a McLaren do seu compatriota Bruce, mas ele não tinha um segundo carro para correr na Formula 1. Sendo assim, correu na CanAm, mas teve a oportunidade de fazer três corridas, onde não acabou nenhuma. Zero pontos no final da temporada.
Em 1966, continua com Bruce McLaren, e juntos fazem história: são os primeiros neozelandeses a ganhar as 24 horas de Le Mans, a bordo de um Ford GT 40, batendo a Ferrari, que dominava até então. Este sucesso levou a que fosse convidado pelo próprio Enzo Ferrari para correr na sua Scuderia, ao lado de Mike ParkesLorenzo Bandini e Ludovico Scarfiotti. Todos estes sucessos contrastaram com uma má carreira na Formula 1, sem oportunidades para correr. Fez duas corridas, em França e Itália, e não pontuou.

1967 foi um ano diferente. Com um contrato oficial, podia correr a tempo inteiro na Formula 1 e GT e Formula 2. Contudo, a tragédia bateu à porta da Scuderia: em Maio, Bandini morria queimado no GP do Mónaco, o seu companheiro Mike Parkes ficava gravemente ferido em Spa-Francochamps, e Ludovico Scarfiotti decidiu retirar-se da competição. Contudo, nem tudo foram más noticias: ganhou as 24 Horas de Daytona e as 1000 Milhas de Monza, ainda com Lorenzo Bandini a seu lado. Na Formula 1, conseguira quatro terceiros lugares (Mónaco, Bélgica, Inglaterra e Alemanha), conseguindo o quarto lugar final, com 20 pontos.
Em 1968, Amon corre nas Tasman Séries e vai ser o primeiro piloto a experimentar um aerofólio traseiro no seu carro. O neozelandês tinha tudo para ser bem sucedido nesta época: três pole-positions consecutivasdavam-lhe grandes hipóteses de vitória. Mas nada conseguiu, devido a avarias mecânicas. Em Inglaterra, ficou na história o duelo que travou com o suíço Jo Siffert, mas no final foi o suiço da Lotus que ficou com os louros, tornando-se no último piloto privado a ganhar uma corrida. No fim do campeonato, Amon termina no décimo posto, conseguindo 10 pontos, um pódio e três pole-positions.

No ano seguinte, as coisas pioram na Ferrari, e só consegue quatro pontos, resultantes de um pódio em Zandvoort. A Ferrari estava num ponto baixo, e no final da temporada, decide abandonar a equipa, afirmando que não queria arriscar uma terceira temporada de azar. Infelizmente para ele, em 1970, os Ferrari tornaram-se na melhor equipa do pelotão, com Jacky Icxx e Clay Regazzoni

Texto: Continental Circus

sábado, 27 de setembro de 2014

Elio De Angelis

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Elio De Angelis
Informações pessoais
NacionalidadeItália italiano(a)
Nascimento26 de Março de 1958
Roma Itália
Morte15 de Maio de1986 (28 anos)
Le Castellet França
Registros na Fórmula 1
Temporadas19771982
Equipes3 (ShadowLotus eBrabham)
GPs disputados109 (108 largadas)
Títulos0 (3º em 1984)
Vitórias2
Pódios9
Pontos122
Pole positions3
Voltas mais rápidas0
Primeiro GPArgentina GP da Argentina de 1979
Primeira vitóriaÁustria GP da Áustria de 1982
Última vitóriaSan Marino GP de San Marino de 1985
Último GPMónaco GP de Mônaco de 1986
Elio de Angelis (Roma26 de Março de 1958 — Le Castellet15 de Maio de 1986) foi um piloto italiano de Fórmula 1 que participou de campeonatos entre 1979 e 1986. Ele correu pelas equipes ShadowLotus e Brabham. Morreu durante testes no circuito de Paul Ricard em Le Castellet em 1986. Algumas vezes, referiam-se a ele como o "último cavalheiro da Fórmula 1", e embora provavelmente não fosse um dos pilotos mais talentosos, certamente estava entre os mais populares da categoria.

Carreira[editar | editar código-fonte]

O início[editar | editar código-fonte]

Tendo dirigido pela Shadow em sua temporada de estréia em 1979, ele transferiu-se para a Lotus em 1980 e - aos 20 anos - quase se tornou o mais jovem ganhador de Grande Prêmio de todos os tempos ao terminar num disputadíssimo 2º lugar noGrande Prêmio do Brasil de 1980, em Interlagos.

Entra Senna[editar | editar código-fonte]

Elio De Angelis em 1985, seu último ano na Lotus. Nesta imagem, o italiano atua no GP da Alemanha.
Ele deixou a Lotus no final da temporada de 1985, quando ficou claro que os esforços da equipe estavam sendo concentrados em seu talentoso companheiro de equipe, Ayrton Senna. O substituto de De Angelis na equipe foi Johnny Dumfries, que obteve seu lugar quase que inteiramente devido ao fato dele ter aceitado ser um subordinado de Senna, que não iria tolerar alguém muito mais competitivo, como Derek Warwick na qualidade de segundo piloto, e também, Dumfries vinha de uma família escocesa rica.
Dumfries permaneceu apenas uma temporada na Fórmula 1, antes de ser também substituído pelo japonês Satoru Nakajima, um piloto patrocinado pela Honda.

1986: fim trágico[editar | editar código-fonte]

Em 1986, De Angelis correu pela Brabham - outra equipe famosa agora em declínio - como substituto do bicampeão mundial Nelson Piquet (que havia ido para a equipe Williams, porque o homem forte da Brabham, Bernie Ecclestone, não quis lhe dar um aumento de salário).
A Brabham-BMW de 1986, a BT55 Skate, era um carro de design radical, com um assento extremamente baixo. Todavia, não conseguiu arrancar a Brabham do seu rápido declínio, e logo se tornou claro que aquele modelo não seria o ano em que a equipe recuperaria seus dias de glória do início dos anos 1980. Não obstante, De Angelis deu o melhor de si para ajudar no desenvolvimento do carro.
Durante testes no circuito de Paul Ricard, na França, a asa traseira do BT55 soltou-se enquanto ele pilotava em alta velocidade, fazendo com que o carro perdesse pressão aerodinâmica nas rodas traseiras, capotasse sobre uma barreira e pegasse fogo. O impacto não matou De Angelis, mas ele não conseguiu sair do veículo sozinho, e a ausência de bombeiros no circuito francês - ou de alguém que pudesse ter ajudado - e uma demora de 30 minutos para a chegada de um helicóptero de resgate, fez com que ele morresse asfixiado pela fumaça. Seus únicos outros ferimentos foram uma clavícula quebrada e queimaduras leves nas costas.
De Angelis seria o último piloto da F-1 a morrer pilotando antes de Roland Ratzenberger em Ímola, oito anos mais tarde. Seu lugar na equipe Brabham foi ocupado, ironicamente, por Derek Warwick - supostamente porque o inglês foi o único piloto desempregado que não ligou imediatamente para Ecclestone, perguntando se havia vaga.

Talento musical[editar | editar código-fonte]

Além de seu talento como piloto, De Angelis era também um pianista de nível profissional o qual, certa vez, num episódio famoso, entreteve os demais pilotos com um recital, durante a greve de pilotos nos treinos do GP da Africa do Sul de 1982.

Números[editar | editar código-fonte]

Os recordes obtidos por De Angelis:
  • 5ºs lugares consecutivos (3) – obtidos em 1985, na Inglaterra.
  • 4ºs lugares no grid de largada e na classificação final, voltas mais rápidas (2) – obtidos em 1985, em Portugal.
  • 12ºs lugares no grid, na classificação final e voltas mais rápidas (1) – obtidos em 1979 na Inglaterra.
  • 5ºs lugares na classificação final (17) – mais um recorde obtido em 1985.
  • 5ºs lugares na classificação final numa temporada (6) – quarto recorde obtido em 1985.

Todos os Resultados de Elio de Angelis na Fórmula 1[editar | editar código-fonte]

(legenda) (Corrida em negrito indica pole position)
AnoNome Oficial da EquipeChassisMotorPneus12345678910111213141516PontosPosição
1986Motor Racing Developments LtdBrabham BT55BMW M12/13
L4 Turbo
PBRA
ESP
Ret
SMR
Ret
MON
Ret
0NC
(25º)
1985John Player Team LotusLotus 97TRenault EF4
V6 Turbo
GBRA
POR
SMR
MON
CAN
EUA
FRA
GBR
NC
ALE
Ret
AUT
HOL
ITA
BEL
Ret
EUR
AFS
Ret
AUS
DSQ
33
1984John Player Team LotusLotus 95TRenault EF4
V6 Turbo
GBRA
AFS
BEL
SMR
FRA
MON
1
CAN
USE
EUA
GBR
ALE
Ret
AUT
Ret
HOL
ITA
Ret
EUR
Ret
POR
34
1983John Player Team LotusLotus 91Ford Cosworth
DFV V8
PBRA
DSQ
218º
Lotus 93TRenault EF1
V6 Turbo
USW
Ret
FRA
Ret
SMR
Ret
MON
Ret
BEL
USE
Ret
CAN
Ret
Lotus 94TGBR
Ret
ALE
Ret
AUT
Ret
HOL
Ret
ITA
EUR
Ret
AFS
Ret
1982John Player Team LotusLotus 87BFord Cosworth
DFV V8
GAFS
SMR23
Lotus 91BRA
Ret
USW
BEL
MON
USE
Ret
CAN
HOL
Ret
GBR
FRA
Ret
ALE
Ret
AUT
SUI
ITA
Ret
LVG
Ret
1981Team Essex LotusLotus 81BFord Cosworth
DFV V8
MUSW
Ret
BRA
ARG
14
Lotus 87BEL
MON
Ret
John Player Special Team LotusESP
FRA
GGBR
Ret
ALE
AUT
HOL
ITA
CAN
LVG
Ret
1980Team Essex LotusLotus 81Ford Cosworth
DFV V8
GARG
Ret
BRA
AFS
Ret
USW
Ret
BEL
10º
MON
FRA
Ret
GBR
Ret
ALE
16º
AUT
HOL
Ret
ITA
CAN
10º
USE
13
1979Interscope Shadow Racing TeamShadow DN9Ford Cosworth
DFV V8
GARG
BRA
12º
AFS
Ret
USW
ESP
Ret
BEL
Ret
MON
NQ
FRA
16º
GBR
12º
ALE
11º
AUT
Ret
HOL
Ret
ITA
Ret
CAN
Ret
USE
316º
↑1 Foi atribuído metade dos pontos, porque o número de voltas não atingiu 75% de sua realização. De Angelis marcou 1 ponto com o 5º lugar.